sábado, 13 de setembro de 2008

COMUNICAÇÃO NA ERA DIGITAL

COMUNICAÇÃO NA ERA DIGITAL

É perfeitamente notável como o surgimento da internet e da World Wide Web mudou o cenário da comunicação gerando novas possibilidades e trazendo novas exigências não só aos profissionais da área, mas aos usuários deste meio de comunicação, que chega como ferramenta inovadora e como possível alicerce para a efetivação da democratização da comunicação na sociedade contemporânea.
Para entendermos todo este processo da “nova comunicação”, da utilização dos recursos da informática para produção e a circulação das mensagens, é preciso primeiro entender o que seria esta comunicação e qual a sua forma neste contexto.
Nesta evolução surge a rede mundial de computadores, que vem para deixar um marco. E surge não como algo que feito para geração de demanda, mas como algo já demandado por uma sociedade que necessita do desenvolvimento das ferramentas de interação dos indivíduos, desenvolvimento do seu espaço e modo de comunicação.
Relacionado a isto Lesly salienta que:

“a explosão das comunicações é mais do que um acelerador de mudanças, mas não havendo dúvidas de que o é. Essa explosão causou um padrão totalmente novo das dinâmicas humanas. Seu impacto é tão importante quanto à descoberta da escrita e a da imprensa. É uma verdadeira força revolucionária” [1].

Este marco deve-se à forma explícita com que a Internet - este veículo que revolucionou a comunicação - age e interage com nós, seus usuários. Sua estrutura permitiu que a interação entre as pessoas aconteça em tempo real, independente do espaço. Basta você se conectar a rede para ter acesso ao mundo virtual, da qual participam pessoas reais, que interagem com você de forma virtual.
Obviamente que como toda forma de comunicação a comunicação da era digital, ou comunicação virtual, possui suas limitações. Antes disto, entendamos primeiro o sentido do que chamamos de “virtual”. E mais uma vez reportamos a sua origem etimológica.
A palavra virtual origina-se do latim medieval virtualis, derivado por sua vez de virtus, que significa força, potência. Construída sobre a oposição do sentido usual de seus termos integrantes.
Com o desenvolvimento das comunicações computadorizadas em rede, se popularizaram os termos "virtual" e "virtualidade". Popularmente, chama-se "virtual" tudo aquilo que diz respeito às comunicações via Internet. Em muitos casos de expressões como "amigo virtual" ou "universidade virtual" o adjetivo "remoto" ou "à distância" se encaixaria com mais propriedade.
Um dos mais conhecidos autores a tratar do tema é o francês Pierre Lévy. Em seu livro "O que é o virtual?", ele define:

"o virtual não se opõe ao real, mas sim ao actual. Contrariamente ao possível, estático e já constituído, o virtual é como o complexo problemático, o nó de tendências ou de forças que acompanha uma situação, um acontecimento, um objecto ou uma entidade qualquer, e que chama um processo de resolução: a actualização." (LÉVY, 1996, p.16)

Lévy compara o virtual a um problema muito complexo ou a um acontecimento que precisa de uma solução. Esta solução é proporcionada pela atualização, que vem a ser o inverso da virtualização. Completando seu raciocínio, diz que a virtualização consiste em uma passagem do atual ao virtual, em uma "elevação à potência" da entidade considerada. A virtualização não é uma desrealização (a transformação de uma realidade num conjunto de possíveis), mas uma mutação de identidade, um deslocamento do centro de gravidade ontológico do objeto considerado: em vez de se definir principalmente por sua atualidade (uma "solução"), a entidade passa a encontrar sua consistência essencial num campo problemático. Verifica-se, portanto, que ocorre um círculo: a atualização soluciona um problema e a virtualização de uma solução gera um outro problema.
Na tentativa de explicar melhor o que é "virtual", Lévy descreve a situação de uma empresa com departamentos longe da matriz.

"A virtualização pode ser definida como o movimento inverso da actualização. Consiste em uma passagem do actual ao virtual, em uma 'elevação à potência' da entidade considerada. A virtualização não é uma desrealização (a transformação de uma realidade num conjunto de possíveis), mas uma mutação de identidade, um deslocamento do centro de gravidade ontológico do objecto considerado: em vez de se definir principalmente por sua actualidade ('uma solução'), a entidade passa a encontrar sua consistência essencial num corpo problemático" (LÉVY, 1996, p.17).

Na verdade os conceitos de real e virtual não se opõem. De acordo com Maurício Morais, professor do Departamento de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul, em seu artigo Real e Virtual: da existência de fato à simulação, as comunidades virtuais representam não apenas um mundo ampliado de telecomunicações como também um tipo singular e inusitado de experiência social. Estas comunidades trocam informações e idéias com rapidez, num espaço de tempo nunca antes imaginado.
Explica-se então a principal característica da comunicação virtual, que seria sobretudo a interatividade – propiciada pelos hiperlinks – e a velocidade que a transmissão de informações, ou melhor, com que a comunicação acontece.
Este movimento comprova, de certa forma, que a aproximação entre as pessoas, o que significa culturas, valores, entre outras, tem se dado mais e mais na medida em que esta comunidade aumenta. Os números da Rede Internet, e a posição do Brasil, demonstram a participação de cada nação nesta verdadeira teia que forma a Sociedade da Informação.
Falar sobre o real e virtual é adentrar num terreno fértil, pois se trata de uma questão de delimitação, onde a cada momento eles se misturam e assim propiciam indefinições constantes, o que a principio não é o que objetivamos neste trabalho, mas que sem dúvida teria um grande mérito de discussão em outros espaços.
Exposto os conceitos de comunicação passaremos a compreender também do que se trata a comunicação virtual ou digital, que nada mais é do que o estabelecimento dos processos comunicacionais no espaço criado pelas novas ferramentas da informática, a internet.

[1] LESLY, Philip. Os fundamentos de Relações Públicas e da Comunicação. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002, p.7.

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